Há livros que são importantíssimos e essenciais para passar uma adolescência problematicamente sã!
O "On the road" do jack Kerouac é um deles...
Tinha escrito...
" “Eu sou de alma dispersa e vagabunda
Tudo me destrói e cada ser me inunda
E posso assim rolar eternamente”
Deambulando, bebendo e fumando…Diletante e boémio, Jack Kerouac marcou a história da literatura, marcou uma geração, simboliza o desencanto, a desilusão do pós-guerra, sendo considerado como um dos fundadores, talvez o principal, do “movimento beat” ao lado de nomes como Neil Cassidy, Allen Ginsberg ou William Burroughs.“On the road” (“Pela Estrada fora”) é o segundo romance de Kerouac e segundo reza a história esta obra foi escrita inicialmente num parágrafo único, sem pontuação, dactilografado num rolo de papel de trinta e seis metros de comprimento, apenas em três semanas, e sob o efeito de benzedrina. Daí o livro ter sido rejeitado por várias editoras na altura, sendo o escritor obrigado a rescrever tudo para apenas seis anos após ter sido escrito – em 1957 – ter sido editado. A própria história de como esta obra foi escrita dá-nos logo uma ideia do que se irá passar no livro…Este romance centra-se nas deambulações de dois amigos – Sal e Dean (na verdade, Kerouac e Neil Cassidy) – pela imensidão dos Estados Unidos e do México. Viajam sem dinheiro algum no bolso, vivem várias vidas, vivem “como danados”, procuram amigos, histórias, a decadência multiplica-se de dia para dia, vivem a mil à hora, exacerbadamente, como se não houvesse amanhã…O autor vai desenhando todas as paisagens por onde passa de uma forma leve, vibrante, louca e insidiosa como o jazz que Kerouc adorava beber desalmadamente. A escrita de Kerouac é simples, directa, espontânea, livre, rítmica, move-se como uma noite intensa de boémia, é feita de excessos, de velocidade, de álcool, música…a sua escrita é a história…Para quem vive verdadeiramente, para quem ama a boémia e o diletantismo…é como que um sonho pornográfico de whisky, recheado de jam jessions loucas e caóticas que se arrastam pela noite fora, e tudo bebido num espírito intelectualmente absorto...“As únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas por falar, loucas por serem ouvidas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que não bocejam, mas ardem, ardem, ardem como famosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir.”"