quinta-feira, dezembro 18, 2008

(D)os melhores de 2008

Why? - Alopecia

Cut Copy - In Ghost Colours

Dodos - Visiter

White Denim - Workhout Holiday

Woven Hand - Ten Stones

Vivian Girls - Vivian Girls

Vampire Weekend - Vampire Weekend

Tv on the Radio - Dear Science

The Walkmen - You & Me

Simon Bookish - Everything Everything

Shearwater - Rook

Santogold - Santogold

Portishead - Third

No Age - Nouns

Nico Muhly - Mothertongue

MGMT - Oracular Spectacular

Lykke Li - Youth Novels

Little Joy - Little Joy

Lil Wayne - Tha Carter III

The Kills - Midnight Boom

Hercules and Love Affair - Hercules and Love Affair

Gang Gang Dance - Saint Dymphna

Fleet Foxes - Fleet Foxes

Department of Eagles - In Ear Park

Deerhunter - Microcastle

Cass Maccombs - Dropping the Writ

Bon Iver - For Emma, Forever Ago

Beach House - Devotion

Atlas Sound - Let the Blind Lead Those Who Can See But Cannot Feel

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Pior do que já não saber dizer é simplesmente já não saber. Já não sei.

N.A.S.A. - Money (feat. David Byrne, Chuck D, Ras Congo, Seu Jorge & Z-Trip)

Isto é bué à frente!!




N.A.S.A. - Money ft. David Byrne, Chuck D, Ras Congo, Seu Jorge & Z-Trip from smokeYYY | That Real Ish on Vimeo.

The Stills - Don't talk down (feat. Brendan Canning)

NME's Top 50 of 2008



50 Heartbreak - Lies
49 Bloc Party - Intimacy
48 Ida Maria - Fortress Round My Heart
47 The Gaslight Anthem - The '59 Sound
46 Blood Red Shoes - Box Of Secrets
45 Black Keys - The Attack & Release
44 Lykke Li - Youth Novels
43 Black Kids - Partie Traumatic
42 School of Seven Bells - Alpinisms
41 These New Puritans - Beat Pyramid
40 The Kills - Midnight Boom
39 Chairlift - Does You Inspire You
38 Beck - Modern Guilt
37 Primal Scream - Beautiful Future
36 Frightened Rabbit - The Midnight Organ Fight
35 Cass Mccombs - Dropping The Writ
34 Los Campesinos! - We Are Beautiful, We Are Doomed
33 Deerhunter - Microcastle / Weird Era Cont.
32 Mogwai - The Hawk Is howling
31 Coldplay - Viva La Vida
30 Hot Chip - Made In The Dark
29 Nick Cave & the Bad Seeds - Dig!!! Lazarus Dig!!!
28 British Sea Power - Do You Like Rock Music?
27 Hercules And Love Affair - Hercules And Love Affair
26 Verve - The Forth
25 Portishead - Third
24 Bon Iver - For Emma, Forever Ago
23 Scarlett Johansson - Anywhere I Lay My Head
22 Oasis - Dig Out Your Soul
21 Lightspeed Champion - Falling Off The Lavender Bridge
20 Spiritualized - Songs in A and E
19 Fucked Up - The Chemistry of Common Life
18 Late Of The Pier - Fantasy Black Channel
17 Elbow - The Seldom Seen Kid
16 Ladyhawke - Ladyhawke
15 Last Shadow Puppets - The Age of Understatement
14 Laura Marling - Alas, I Cannot Swim
13 Fleet Foxes - Fleet Foxes
12 Crystal Castles - Crystal Castles
11 Neon Neon - Stainless Style
10 Friendly Fires - Friendly Fires
09 Kings Of Leon - Only By The Night
08 Mystery Jets - Twenty One
07 Santogold - Santogold
06 Metronomy - Nights Out
05 Foals - Antidotes
04 Vampire Weekend - Vampire Weekend
03 Glasvegas - Glasvegas
02 TV On The Radio - Dear Science
01 MGMT - Oracular Spectacular

quinta-feira, dezembro 11, 2008

The Week That Was - Scratch the Surface



bom! Bom!

Pumpkins não editam mais álbuns




"Billy Corgan disse ao Chicago Tribune que os Smashing Pumpkins «não vão editar mais álbuns», por causa das reacções negativas ao último «Zeitgeist».

«As pessoas já não ouvem álbuns. Passam-nos para um iPod, ouvem os singles e passam à frente», lamentou.

Contudo, apesar da recusa em voltar a gravar um longa-duração, os Smashing Pumpkins vão continuar a criar música nova. «A partir de agora, vamos passar a ser uma banda de singles. Seremos criativos mas de uma maneira diferente», garantiu ao jornal.

Mas também ao vivo, os Smashing preparam mudanças. «Não vamos voltar a dar concertos em que equilibramos passado e presente», afirmou Corgan.

«Vamos tocar em salas mais pequenas e fazer exactamente o que nos apetece. Não sou estúpido. Quero que as pessoas se sintam satisfeitas connosco», garantiu.

O músico lamentou também a recepção do público ao último álbum e à mais recente digressão. «O que mais me incomoda é acharem que estamos acabados. Não voltámos pelo dinheiro. (...)Não somos o tipo de banda que volta para tocar as canções antigas», reagiu." (in disco digital)

Será que alguma vez voltam a ser um terço do que eram? gostei destas declarações, até porque são verdade. hoje pouco se ouve discos e 90% dos discos que aparecem tÊm pouco mais que duas ou três músicas (boas).

terça-feira, dezembro 09, 2008

O concerto

Os corpos moviam-se ridiculamente ao som de uma guitarra pós-punk. Corpos que se alimentam quase exclusivamente de sons e palavras. As máscaras, meticulosamente colocadas pelos dedos conhecedores das duas realidades, espreitavam com uma maliciosa ingenuidade. Olho para a esquerda e vejo a americana.
Meia hora antes, fodido com a outra que não apareceu, após duas ou três cervejas, talvez seis ou nove, comento com o Pedro,
- aquela tipa é brutal.
O gajo retrucou - epá, a gaja é americana!
Entre risos soltei um – vai-te foder.
Sob um gesto flutuante, respondeu - sério, já sei tudo sobre ela.
Os meus cépticos olhos não acreditavam - fode-te pá.
- epá, ouvi-a a falar ao telefone.
- ah…rimos um pouco da situação.
Estava estranhamente sozinha, encostada à parede, sob pouca luz, apoiada na sombra que agora resplandecia. O cabelo, escorrido, confundia o olhar. Os olhos, fundos, eram de uma beleza fria e difusa que cegava. O rosto era de um fascínio cruel e misterioso, paisagem amena e violenta. Agora que penso nisso tinha algo de anos 70, de rock, de Joy Division e Sonic Youth.
O primeiro concerto tinha sido surreal. Não sei se bom, se uma merda. Talvez uma merda, mas pelo menos cómico. Cena pseudo-alternativa, com distribuição de pedras incluída para quem estava junto ao palco, além do contacto com cabos e mais umas merdices perdidas pelo sujo do palco, oferecida, talvez na busca de algo superior e improfícuo – a epifania tenebrosa de um casal estupidamente indie e estranho e anormalmente alto e estranho (o tipo era uma mistura de Caniggia e Fernando Torres). Álgebra maquilhada imperceptível aos olhos.
Recebi uma das pedras ao mesmo tempo que, gozando, ofereci o telemóvel ao Torres. Mas o tipo não gostou muito da brincadeira. Toda a gente riu. Senti-me um incólume pavão. O Pedro não parava,
– tens de ir falar com a americana.
– epá, não.
– foda-se, pode ser a mulher da tua vida.
Bem, pelo menos era parvamente linda. De uma vil e bárbara beleza que nos esmagava a todos. Lembrei-me de lhe oferecer a pedra que havia recebido do Torres e fi-lo juntando as duas mãos, entregando-lhe o místico objecto, ostensivamente tentando galar. Tinhas as penas erguidas e exibi um humedecedor ritual de acasalamento, mostrando toda a minha urdida masculinidade. Ela sorriu, muito. Largamente até, talvez por ter sido apanhada desprevenidamente.
Após mais umas cervejas, quatro ou cinco (a contagem certa daquilo que bebemos é importantíssima para a classe dos homens), o concerto principal finalmente começou. Aquele brilho inumano embebedava-me. Tinha dificuldades em conseguir não olhar para a americana. No fundo, não conseguia parar de conjecturar sobre como, quem seria e todas essas filhas-da-putice que me fazem viajar por entre a prolixidade das formas. Vi-lhe uma beleza palpitante e impenetrável. Algo que provinha de dentro como a luz do dia e aquilo não podia ser compassivo. Mas era muito mais do que isso. Havia algo de errado. Ou então de certo. De completamente certo.
O concerto foi melhorando de música para música. O Pedro não se calava e espicaçava-me para ir falar com ela. Não devia ser o único (não era de certeza). Ganhei coragem, enquanto engolia em seco e respirava fundo, ao mesmo tempo que o Pedro continuava como que atiçando um inocente rottweiller numa luta, até que, por entre uma música qualquer, fui falar com ela.
– i bet i’ll guess where you’re from!
Ela, interessada, respondeu – where?
Convictamente atirei – Brooklyn?? –
– no, i’m from Slovenia. Respondeu sorrindo.
Ambos rimos. Trocamos mais duas ou três palavras nos intervalos que demarcavam as músicas, quando existiam, as notas cruas e distorcidas que ali nos levaram. Lá fora, assistia a tudo isto a Lisboa das ruas negras e bebidas do Bairro Alto, a Lisboa pueril e terna, pródiga em histórias e em histórias de amor e em perdição. Provida do ar que inspira e queima e morde. Mãe dos acolhedores prostíbulos, berço do amor e da ternura daqueles já sem mãe.
O mosh aumentava a cada riff, ao mesmo tempo que o suor e a excitação ia correndo as testas e roupas de quase todos. Uma feroz alegria subia-me a espinha. A certa altura, enquanto curtia autisticamente o som, movimentando parcialmente a cabeça e os olhos (por esta altura provavelmente já só estava acompanhado de metade da roupa que levava), vi, impelido coercivamente pelo meu pescoço, a americana (agora eslovena) que, com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente e os olhos cerrados, mexia-se compulsivamente, fazendo os seus cabelos, num rodopio, esvoaçarem pela sala, sob o olhar espantado e hipnotizado de muitos, principalmente o meu. O meu relógio parou por momentos, apertando o tempo. Sorri, como poucas vezes fiz, e continuei a minha dança insana, por vezes até macabra, acompanhado pelo gingar, com influências da cultura setubalense e, provavelmente, pelas raízes de uma qualquer dança tribal africana, do Pedro, que, de capuz enfiado na cabeça e braços e mãos levantadas, embora perto da nuca, como que bradando ao tecto da sala e a um qualquer Deus ímpio que por ali assombrava, espalhava amor pela confusão, mosh agora por toda a sala. Em breve o concerto acabava, deixando-me num geométrico aperto de quem precisa de saber.
Fugazes momentos cavavam o tempo. Algo me agarrou as entranhas. A maneira demoníaca que estes momentos têm de abrir portas é imbecilmente triunfal. Uma enorme poça de silêncio acolhia-me - quem era este anjo exterminador? Mapa louco por descobrir, deixando-me como única pista a linguagem da fascinação.
Quis ir falar-lhe mais. Quis ir perder-me e encontrar-me. Infelizmente sumiu-se rapidamente pela treva baixa das ruas do Bairro. Tornou-se na presença obscura das coisas que compreendem a minha razão, malhando-me o peito com a curiosidade.

domingo, dezembro 07, 2008

animais futebolísticos

"o hulk é um animal futebolístico."
Rui Santos dixit

The Wrestler (Darren Aronofsky )



o mickey rourke renasceu caralho.

tenho saudades do tarzan taborda!

sábado, dezembro 06, 2008

Os passos em volta, Herberto Hélder



como é possível apenas agora estar a ler herberto hélder?