segunda-feira, março 26, 2007

Trogloditismos

Salazar foi votado como o maior português de sempre. Pela primeira vez ponho em causa a minha nacionalidade e tenho vergonha de ser português. Será que o analfabetismo é agora superior ao da era do pérfido estadista do Estado Novo? Que será que me aconteceria se alguém desse Governo lesse o que aqui escrevo hoje? Resta-me dormir, para amanhã voltar a perder-me nas habituais vazias rotinas.

6 comentários:

Anónimo disse...

Não te chateies com isso amigo... Graças à deposição do antigo regime podes hoje dizer o que pensas. Mas graças à queda do antigo regime devemos também hoje respeitar as decisões livremente tomadas em democracia.
Espero que o facto de Salazar ter sido votado como melhor portugês de sempre, num programa de televisão em que o direito ao voto não se rege pelos mesmos mecanismos que os que estão previstos na CRP e na lei, não te faça ter vergonha de ser portugues.
Grande abraço!

Anónimo disse...

Assim sim: "português"

Anónimo disse...

Também não gostei da vitória de Salazar, mas não posso dizer que tenha ficado chocado. Por mais que uma vez já ouvi algumas pessoas (de inteligência e discernimento questionáveis...é certo) a dizerem coisas do género:
"isto no tempo do Salazar é que era..."
"Se vivêssemos no tempo de Salazar não havia tantos assaltos e desordem..."

Se analisarmos bem a questão, veremos que esta vitória não tem muito significado (pelo menos na minha opinião). É verdade que ele venceu com montes de votos, mas esses votos eram a pagar e grande parte da população portuguesa ou nem ligou ao programa ou então não quis gastar 0.6€ numa mensagem ou telefonema. Enquanto que as pessoas que votaram no Salazar, muito provavelmente ou são pessoal de extrema direita (que pelo seu fanatismo nunca deixariam de votar num fascista) ou pessoal jovem que nem faz a menor ideia de quem foi Salazar e do que ele fez a este País.

Assim o pior desta vitória é mesmo a importância que as pessoas e a impressa lhe atribuem.

Não tenhas vergonha de ser Português apenas porque 40 mil pessoas (ou lá o que foi) decidiram votar num ditador fascista.
Porque é que achas que os Espanhóis e os Italianos não quiseram fazer este programa? E porque é que na Alemanha, não permitiram que o Hitler entrasse para a lista? Claramente porque tinham receio que os seus ditadores vencessem...

Anónimo disse...

Ah!!! Mais uma cena. Acho a ideia deste programa interessante, mas apenas como veículo de informação. Através deste programa muita gente ficou a conhecer um pouco mais da história e das personalidades que marcaram o País.
Agora o que acho muito má ideia é colocar essas personalidades a "competirem" umas com as outras. É impossível comparar pessoas que se destacaram em áreas completamente diferentes como politica, arte ou desporto.

Quem é melhor, um artista genial que pode nunca ter feito nada por outra pessoa? Ou alguém que em termos intelectuais não se destacou, mas foi marcante a outros níveis como Aristides Sousa Mendes?

É impossível responder.

Jorge Oppenheim disse...

Obviamente que estou-me borrifando para a vitória do Salazar! Isto foi apenas uma instantânea reacção misantropista de alguém que adora Pessoa, gostou imenso do Aristides e estava cansadíssimo. Se fosse inglês teria sentido o mesmo pela vitória da p. Diana. Se fosse norte americano, o mesmo pela vitória do Reagan e pelo majéstico quarto lugar do bush, enfim...
Obviamente que esta foi uma vitória de mobilizações digamos, se se tratasse de um referendo, defenderia provavelmente a sua inexistÊncia, juridicamente falando (pronto estou a exagerar..)
Agora é irritante virem com explicações de que este foi um voto de protesto, etc...enfim.
E dizerem-se coisas como que a guerra do ultramar nem foi má, porque deu um sentido de identidade nacional àqueles países...

O salazar, na verdade, tal era a mediocridade, quem nem um ditador de jeito conseguiu ser...

Jorge Oppenheim disse...

Obviamente que estou-me borrifando para a vitória do Salazar! Isto foi apenas uma instantânea reacção misantropista de alguém que adora Pessoa, gostou imenso do Aristides e estava cansadíssimo. Se fosse inglês teria sentido o mesmo pela vitória da p. Diana. Se fosse norte americano, o mesmo pela vitória do Reagan e pelo majéstico quarto lugar do bush, enfim...
Obviamente que esta foi uma vitória de mobilizações digamos, se se tratasse de um referendo, defenderia provavelmente a sua inexistÊncia, juridicamente falando (pronto estou a exagerar..)
Agora é irritante virem com explicações de que este foi um voto de protesto, etc...enfim.
E dizerem-se coisas como que a guerra do ultramar nem foi má, porque deu um sentido de identidade nacional àqueles países...

O salazar, na verdade, tal era a mediocridade, quem nem um ditador de jeito conseguiu ser...