segunda-feira, maio 21, 2007

They were trying to be heroic

A apresentação em Portugal de "Weekend in the city" serviu para calar as tetrápodes vozes críticas, que têm desconsiderado o segundo álbum dos britânicos porque...sim! Que este álbum não é tão bom como o "Silent alarm" ninguém põe em causa, porém parece-me extremamente exagerado o geral descrédito que lhe tem sido atribuido.
Foi um excelente concerto, que teve o seu auge com o tema "shes hearing voices", em que o estrepitante Okereke só faltou acompanhar o público no crowd surfing...de resto, no geral o concerto foi todo óptimo, ficando, em especial, no ouvido músicas como "banquet", "the prayer", "like eating glass", "so here we are", "hunting for witches" ou a "pioneers", que fechou o concerto. Só faltou mesmo a "two more years".
Reclamam a herança do pós-punk...legalmente não sei se terão razão, contudo parece-me um interessantíssimo problema sucessório que não me importaria em nada de resolver. Que são uma das melhores bandas actuais não tenho quaisquer dúvidas!
8,5/10

12 comentários:

A disse...

Um 5,8 para o álbum...
Um 7 para o primeiro álbum...

Uma grande desilusão :)

Shumway disse...

Jorge, vou discordar :)
O primeiro gostei, deste nem por isso, é mediano.

Jorge Oppenheim disse...

A ver se me esclareço,
a nota que aqui dou é ao concerto no Coliseu!
A nota que dou ao segundo álbum anda no 7/10.
MAs devo dizer o seguinte, as músicas do segundo álbum resultaram muito bem (mesmo) ao vivo, se calhar bem melhor que em cd...(e não sou o único a achar o mesmo, veja-se a crítica do gonn1000).

O que me irrita na maior parte das crícas sobre o weekend in the city é o (óbvio) complexo pós-primeiro álbum!
Obviamente que após o "choque" provocado por um bom primeiro álbum, o q vier de seguida terá sempre dificuldades em afirmar a sua qualidade. Veja-se o segundo álbum dos arcade fire que, apesar de ser um excelente álbum, por via deste complexo, foi muito subcotado nas primeiras críticas que lhe foram feitas.
Para com provar a existÊncia deste complexo até tenho um bom exemplo: um amigo meu, que ouviu primeiro o 2º álbum de arcade fire e considerou-o óptimo, depois quando ouviu o 1º nem gostou muito, e considerava-o bem pior que o segundo. Isto só mostra a extensão deste complexo.

A disse...

Ora aí está: foste buscar o óbvio e recorrente. A comparação com Arcade Fire.

Ora bem, antes de mais, gostos não se discutem. Ponto assente.
E eu sei que te estavas a referir ao concerto.

Vamos aos álbuns e aos factos.

Não gostei assim tanto do primeiro álbum quer duma quer doutra banda. São bandas que daqui a 10 anos não terão acrescentado nada de particular ou relevante. Os Arcade Fire são melhores que os Bloc Party, mas não são uma banda como foram uns Nirvana, uns Radiohead, uns Morphine ou Tindersticks. E já nem vou aos grandes GRANDES nomes.


Complexos? Não me parece. Quantas bandas e quantos autores ouvi de "trás para a frente". O meu ouvido está bem treinado e é resistente a esse tipo de coisas.


Bem, vou comtinuar a ouvir o meu Jason Molina enquanto tu ouves os Bloc Party....

:)

Anónimo disse...

Concordo, foi um óptimo concerto, e também acho que a recepção ao segundo álbum tem sido injusta. Não é um disco brilhante, mas calculo que muitos dos que o rejeitam nem se terão dado ao trabalho de o ouvir com atenção e limitaram-se a aderir à onda.

Jorge Oppenheim disse...

1- quem fala assim de Arcade Fire não pode ter o ouvido assim tão bem treinado como julga!

2- Entao mas os Radiohead, Tindersticks, Morphine, Nirvana não são grandes nomes???

3- A análise ao valor das bandas que referiste é feito num espaço temporal muito mais avançado do que a que podes fazer relativamente aos Arcade fire ou bloc party..Ou seja, é preciso (aliás, é obrigatório) distinguir as situações...

4- Fica lá com o teu "Neil Young 2"...

5- =P

A disse...

whatever....

let children be happy on the playground....

_________________________

a histeria que se propagou com os Arcade Fire não me é estranha.

em música não há obrigatórios nem fórmulas; há tão somente aquilo que ficou para trás e tão somente o que se ouve. tens razão, é mesmo incomparável. gostos não se discutem, dizia eu antes dos "impropérios". não é nenhuma Lei, do meu ouvido sei eu, do teu saberás tu. daquilo que já ouvi, também. tenho o ouvido que sei que tenho, e lembro-me perfeitamente bem dos Stiltskyn que mal amanhadamente comparas com Smashing Pumpkins. praça de touros em cascais diz-te algo? ano de 1995, ano do mellon collie and the infinite sadness. no mesmo ano estava essa musiquinha dos S. na campanha das Levi's 501(?)

Não comparei bandas ou nomes ou songwriters, apenas fiz uma retrospectiva daquilo que me lembro, daquilo que me marcou e daquilo que estas bandas como os Arcade Fire ou os She Wants Revenge ou os TV On the Radio não poderão fazer por mim. Talvez façam algo por ti. Boa sorte.

Não oiço música de empreitada, nem tenho nada a provar a ninguém.

"They were trying to be heroic" é de facto um bom nome para este post.

Jason Molina = Neil Young 2?

whatever....

Bem, vou continuar a ouvir o meu David Thomas enquanto tu ouves os Stiltskyn...

Carlos Humberto Almeida disse...

Oiçam Black Light Burns que é um grande som. Conhecem? Ainda nem sequer saiu o albúm de estreia, mas oiçam... :)

Cumprimentos do Sul!

Unknown disse...

De facto o concerto foi bastante bom e os Bloc Party souberam de uma forma inteligente equilibrar o espectáculo. 'A Weekend in the City' não é um album tão bom como 'Silent Alarm', mas acho que não deve ser considerado como "mau". Fica ali pelos 6/10, na minha opinião.

Estive a ler os comentários e nestas coisas de música, de facto os ouvidos de cada um comandam um pouco as nossas apetências e gostos. Só queria fazer 2 reparos:

1) Jason Molina=Neil Young 2???

2) Acho que não se deve meter no mesmo saco bandas como She Wants Revenge, TV on the Radio e Arcade Fire, muito sinceramente. Se os primeiros não são grande coisa, TVotR e Arcade Fire merecem o devido destaque e perdoem-me mas não se trata de música apenas para malta mais nova, especialmente no caso de AFire.

Hugzz!

Jorge Oppenheim disse...

Chamei o Jason Molina de Neil Young 2, utilizando um tom levemente satírico dada a sua alguma devoção pela figura do segundo.

"O nome de Neil Young não deve ser um tabu quando se trata de abordar os discos de Jason Molina. Até porque o Molina – sob nome próprio, enquanto parte dos Songs: Ohia ou na liderança dos Magnolia Electric Co. - nunca evidenciou qualquer esforço em ocultar a devoção que serve de norte às suas crónicas de estrada..."
(excerto de texto retirado do site www.bodyspace.net)

A disse...

Também o Ian Curtis tinha uma devoção pelos Velvet Underground e pelo David Bowie e... não tem nada a ver...

Jorge... nada como ouvir, hein?

Beijos "puto"

;)

Jorge Oppenheim disse...

Amiga A,

há que ler bem e com atenção o que é escrito para entender melhor e correctamentente o sentido do que se afirma!

Eu até conheço relativamente bem o molina (e os songs:ohia) e tambem algum neil young.

"Molina...nunca evidenciou qualquer esforço em ocultar a devoção que serve de norte às suas crónicas de estrada..."

Eu concordo com o que aqui é dito, aliás o Molina concorda com o que aqui é dito, aliás ele próprio afirma-o.

Não disse que a música era igual, embora existam semelhanças na construção literária das mesmas. E isto é o próprio Molina que reconhece...

(o próprio Emanuel acho que é fã de Mozart!)